SÃO PAULO – Ao longo dos quase 100 anos de história do Corinthians, muitos foram os craques que desfilaram talento e classe no meio de campo do time. Mas poucos desempenharam o papel de “maestro” tão bem como Ricardinho. Com toque de bola refinado e visão de jogo apuradíssima, ele conquistou nada menos do que sete títulos no Parque São Jorge. Com a camisa alvinegra, foi a duas Copas e entrou na seleta lista de corintianos campeões mundiais com o Brasil (2002).
Ricardinho chegou ao Timão em 1998, vindo do francês Bordeaux. Trazido pelas mãos de Vanderlei Luxemburgo, caiu como uma luva naquela equipe que já contava com outros craques. E foi com o senso de organização tática do seu camisa 11 que o Corinthians conquistou o Brasileiro no fim do ano. Depois, vieram títulos atrás de títulos. Só do Paulistão foram dois (1999 e 2001), além de mais um Brasileiro (1999), o Mundial (2000), a Copa do Brasil (2002) e o Rio-São Paulo (2002). “Foram muitos títulos seguidos em um curto espaço de tempo”, recorda-se Ricardinho.
“Montamos um grupo com muita qualidade e conseguimos impor isso dentro do campo. Não tinha segredo, o time tinha qualidade e todos os jogadores, independentemente do momento, estavam focados no mesmo objetivo, que era vencer. Tínhamos a consciência de que poderíamos ficar marcados na história do clube por cada conquista que alcançássemos.”
No Atlético Mineiro desde o ano passado, o meia orgulha-se do seu passado no Parque São Jorge, mas prefere não eleger o título mais marcante pelo clube. “Se eu escolher um, estaria sendo injusto com os outros”, diz. Mas não esconde o carinho especial que tem pelo Mundial da Fifa. “Apesar de alguns gostarem de desvalorizar, é real e reconhecido pela Fifa.”
E foi justamente naquele torneio que Ricardinho diz ter marcado o seu grande gol pelo Timão. No dia 10 de janeiro de 2000, o Corinthians enfrentou o Al Nassr no Morumbi. O jogo valia vaga na final e o meia abriu o placar aos 25 minutos do primeiro tempo. O Corinthians venceu por 2 a 0 – Rincón ampliou a vantagem. Mas o verdadeiro prêmio para o atleta veio horas depois da partida. Na madrugada do dia 11, nasceu o seu filho Bruno. “Foi especial, inesquecível”, recorda.
Ricardinho saiu do Corinthians após a Copa de 2002. Defendeu São Paulo e Santos antes de voltar em 2006 em busca da sonhada Libertadores. Fracassou e foi para o Besiktas, da Turquia. A timidez da segunda passagem pelo clube, porém, não apagou o sucesso da primeira. Especial, inesquecível.
Texto publicado em caderno especial do ‘Jornal da Tarde’ de 13/8/2010
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